Sem saber da garoa que se aproxima, segue na rua
Sempre na vida à toa, nas mesmas esquinas, sem lua
O homem caminha a passos lentos, sem direção
Esbarra numa jovem sozinha, momento de desatenção
Procura pelo sorriso que um dia já lhe pertenceu
A chuva é só um aviso do que havia e se perdeu
Tão bela face com o queixo enterrado no peito
A mão dela, de um jeito acanhado, no cabelo
O velho sapato, agora molhado, encarava a sandália
O reflexo dourado, pendurado, lembrava medalha
A moça e seus olhos que seguiam o enrolar dos dedos
A poça era como foto que dividia o encontrar dos segredos
A garoa vai dando lugar a ventania da madrugada
A coroa cai, deixando chegar a covardia esperada
Abre-se a avenida e os destinos são tomados
Partem da esquina com os sorrisos estampados
domingo, 17 de setembro de 2006
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