domingo, 28 de maio de 2006

Tempo de Te Encontrar***

Duas portas abertas
Um convite para dançar
Quase uma volta completa
E um brinde do lado de lá

O som daquelas lágrimas
E os risos para disfarçar
Nas mãos dela, as páginas
Um livro que a faz chorar

Nessa casa que abriga meu bater
A ausência teima em ficar
Uma peça divina sem meu querer
Diferença que ajeita meu lar

Todo esse tempo, fez-se um segundo
Um sofrer ter que esperar
Triste momento, sem fim nem fundo
Sem saber quando encontrar

sexta-feira, 26 de maio de 2006

Jogo de Luz***

Sentemos aqui frente ao fogo
Vê aquele laço cor de esquecimento?
É lembrança daquele jogo
Jogo sem rumo, sem momento

Lá da janela ainda vejo a sua sombra
Em meio as outras, é a mais forte
Mas se olhar muito, sentirá o vento contra
É estranho, era um jogo de sorte

Se para cima olhar,
Verá luz se aproximando
Foi ela que nesse tempo, iluminou o meu caminhar
Você não voltou, estive esperando

Agora é essa luz que me encanta
Não se preocupe em se lamentar
Vivo nessa hora, de uma nova esperança
É luz que vem voando para cá

quarta-feira, 10 de maio de 2006

O que Houver***

Pegar-me sorrindo é tão natural
Olhando para o teu retrato
Imaginando o nosso carnaval

Levar-te para a montanha
A mais alta que houver

Abraçar-te por um instante
Infinito istante, surreal
Sentir o calor de tão bela mulher

Beijar-te e contigo ficar
Para sempre eternos amantes

Olhar-te é o meu estar, o meu viver
E haja o que houver no final
Pois não consigo parar de pensar em você

segunda-feira, 8 de maio de 2006

Perfeito***

Os olhos abertos depois
Nada conseguem ver
Luz que ofusca o incerto, pois
Fechados só enxergam você

Aquelas estrelas reluzentes
Nada mais significam
Belas uma vez, agora decadentes
Sem vida, não brilham

Esqueceram-se os beijos
O sofá já não nos abriga
Esconderam-se tão cedo
E o cantar já não me anima

Foi-se então um coração
Restou dor naquele peito
Lamentações, todas em vão
Acabou-se o que era perfeito

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Vem pra me Amar***

Vem cá, vem!
Vem me dar aquele afago
Vem cá!
E deixa de lado aquele estrago
Vem ver o que há além
Vem me namorar!
Vem que eu não estou bem
Vem pra me amar!
Vem cá, vem!

segunda-feira, 1 de maio de 2006

O Vagabundo***

Sobriamente queria estar
Aquele vagabundo que vem lá
Diferente de noites passadas
Bebedeira que nem ressaca dava

E como andava feio, aos tropeços
Fazia da sarjeta o seu endereço
Ele era outro e não se importava
Por onde ia, seu copo o acompanhava

Quando a luz da manhã chegou
Os olhos do chão ele tirou
Seu rosto amassado, queimava
Lembranças da noite não carregava

Cabisbaixo, meteu a mão no bolso
Aliviou ainda mais a gravata do pescoço
Puxou um último cigarro, pensava
Pela calçada amarelada, caminhava

Sobriamente queria estar
Aquele vagabundo que vem lá
Seus pensamentos, só nela estava
Na vodka! Naquela garrafa!