quinta-feira, 27 de abril de 2006

Cor de Vinho***

Bem longe, bem adiante
Um nome vem radiante,
Vem com sol e calor
Tem dó e muito amor

Letra minúscula na frente
Estrela insegura e indecente
Com reticências no final
E aparência de jornal

Cor de vinho suave
Que ficou sozinho em frase
Um abraço dando sentido às aspas
E um laço colorido na capa

Páginas sem numeração
Molhadas de lágrimas em vão
Dois pontos e um sorriso
Já estou pronto e indeciso

Um pouco calado nesses dias
Ouço um ditado sem rimas
Sei que não me faço em parágrafo
Mas numa interrogação eu me acho

terça-feira, 25 de abril de 2006

Desabando e Caindo, Sustento-me***

Trovões e gritos sujam de medo
O corredor por onde veio
Paredes descascadas sem quadros
Conflitos num seio desabitado

Manchas de solidão e desespero
Fendas desenhadas com desprezo
Vento encanado que ameaça o lume
E a podridão a completar o negrume

Céu inquieto, dançando ao som do tango
Dúvidas em nuvens formando um oceano
Seres e mitos sonhando com a verdade
E espectros que a seduzem à sua maldade

Sussurros do chão confundindo
Tudo ao redor desabando e sumindo
Entre as estrelas que sobrevivem ao tempo
Vultos te mostram e em ti me sustento

sábado, 22 de abril de 2006

História, Uma Vez Lá Fora***

E tantos contos se fizeram
Alguns poucos souberam
Prantos outros derramaram
À luz do fogo se queimaram

Beijos despedaçados na memória
Faço-me apaixonado em história
Vejo ameaçado, o tom da vitória
Ouço em tom desgraçado, essa glória

Condenam àqueles que amam
Condenados por eles! Que sofram!
Encenam parênteses em vão
Enganados pelo ciúme! Perderão!

Deixa de lado, ao meu lado, a senhora
Esqueça do rancor de nao ser amado agora
Paixão sem cor, amargurada, notória!
Cresça pelo amor que uma vez sentiu lá fora!

O Dia "D"ele***

Ele fez anos
A sorte e o azar...
Sofrendo de desencantos
Quase morte de lá

Agradeço por ser amigo,
Por ter mãos sinceras
E bebo por ser querido,
Palavras de emoção à espera

Não gosto quando finge
Vive de sonhos e fantasia
Não posso, pois me aflige
Insiste em vestir a alegria

Mais uma vez se repete
Aprenda! Diga! Brigue!
Dessa vez não espere,
Entenda! Sorria e respire...

quarta-feira, 19 de abril de 2006

O Poeta Ausente***

Aquela ponte enfim teve seu final
O caminho ficou estreito, deficiente
Tão bela fez-se em mim, surreal
Carinhos ao relento, presente

Pensamentos e devaneios realizados
Obra prima, arte final, pintura
Momentos de prazer ao seu lado
Olhar em rimas, parte da moldura

Brilho intenso, paixão aflorada
Segredos e encontros escondidos,
Sorriso imenso, emoção escancarada
Medos e contos proibidos

No fim, saudade, beijos de despedida
O poeta ausente, não acordou, nem se fez
Emfim, verdade, desespero na partida
A porta aberta, mostrou a dor mais uma vez

terça-feira, 11 de abril de 2006

O Retrato***

Sinto teu perfume cada vez mais perto
Abro a gaveta e toco seu rosto em fotografia
Fito um vagalume num céu deserto
Reparo uma estrela, logo vem o gosto da magia

O céu tem chuva nobre, quase assim, parada
A lua não se faz, em meio as montanhas, esconde-se
O véu da viúva encobre a face no fim da estrada
Numa paz, feito estranha, vem lá de longe

Vem contornando as poças no jardim
Teu sapato, ensopado, clama por repouso
Vem caminhando a moça para mim
Teu retrato, marcado pelas chamas, largar não ouso

Abro a porta, trêmulas estão as mãos
O jeito leve que tem, faz teu manto desfalecer
Olho em volta, vejo paixão, emoção
Beijo sua pele, pois sei que meu encanto é você.

sexta-feira, 7 de abril de 2006

Os Quatro Cantos***

A cor é vermelha
Com arte se assemelha
Uma beleza feminina
Fez-se o canto da menina

Chegamos em meio as cores
Alegria, canções e flores
No entanto tulipa é a favorita
É o canto da menina das fitas

Felicidade em forma de retrato
Fotografias, sempre um relato
Existe um campo florido e grande
Um clique no canto do sorriso contagiante

Versos trazidos pelas borboletas
Um sorriso escondido, cor de violeta
Tem natureza, um encanto feliz
É a beleza do canto da miss


*Sei que mais cantos se fazem..
Muitos cantos, muitos encantos, escolha o seu!*

domingo, 2 de abril de 2006

Primeiro Encontro***

E sentado naquele banco
Permanece o moço de branco,
Chapéu no colo
Relógio no bolso

O sol escaldante do meio dia
A praça calada, vazia
Ele levanta, caminha
Pára, fita

No meio do verde, uma rosa
Vem desfilando toda vistosa
Laço no cabelo
Sem pressa, sem hora

Passos delicados, contados
Canção nos lábios pintados,
Caminha a bailarina
Ao encontro do primeiro namorado.