segunda-feira, 28 de agosto de 2006

São Tiros***

Dias em que as nuvens se abraçam,
Em frente ao espelho, nada além
E aquele vermelho fez-me refém
Dos dias ausentes, que só passam

É nesse estado de sofrimento
As palavras acontecem
São claras mas desaparecem,
Ele sempre deixado ao relento

Equilibro-me na ponta da estrela
Ameaço uma loucura, atirar
Atiro-me na cauda de um cometa

Aponto minhas armas, então finjo dissabor
Desfiro tiros para, em ti, acertar
Escondo as balas, estes são tiros de amor.

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Luz Infinita, Brilho Intenso***

Ele está atrás de verdes campos
Ele se perde em meio aos encantos
Pode ser noite ou dia, sem lugar
Não consegue esquecer aquele olhar

Luz infinita, brilho intenso
Luz infinita, brilho intenso

Saber que essas cores de algodão
Sairão feito flores do chão
Ele a costurar seu peito no dela
Ela a deixar seu beijo na janela

Luz infinita, brilho intenso
Luz infinita, brilho intenso

Ela se esconde em diferentes cantos
Ela desaparece em meio aos prantos
Foge à fonte que fazia acalmar
Então percebe que ele está a amar

Luz infinita, brilho intenso
Luz infinita, brilho intenso

Ela, a resposta para sua questão
Uma aposta contra a paixão
Ela a pensar no amor que dera
Ele a aguentar a dor da espera

Luz infinita, brilho intenso
Nao acaba, não acaba...

quarta-feira, 16 de agosto de 2006

A Resposta e o Adeus de Maria***

Bom, é isso! Não tem mais jeito
Juro que tentei gostar de você
Desisto! São palavras sem efeito
O muro que levantei não é de sapê

Esse meu abraço, uma dó, nunca foi teu!
Se quer saber, nem do teu cheiro eu lembro
Nunca existiu um laço entre nós! Esqueceu?
Essa mulher casa no primeiro sol de setembro

Isso mesmo!
Vou juntar os trapos com o meu amado
Aquele mesmo que te falei
Sem segredo!
A paixão de infância, o primeiro namorado
Serei o tal sorvete que nunca te dei

E nem tente me confundir
Sei que sua prosa é boa, mas é ensaiada
E não pense que eu não quis fugir
Bem sabe que aquela rosa já veio desbotada

Agora você fica aí, feito bêbado sem rumo
Então, que feche os olhos e procure suas nêgas
Fui embora sim! Tão perfeito que larguei até o fumo
Já andei até de avião! Pastel sem óleo e almondegas

Sei que está aí, mas não quer atender.
Sinto o bafo!
Aproveite, pois a minha voz, não mais ouvirá .
Entendeu?
Sei que, na secretária, vai cair. É para você!
E fim de papo!
Aceite e depois verá o mal que havia em, por nós, sonhar.
Adeus!

...

Alô? Maria? Sou eu...
Desligou!

domingo, 6 de agosto de 2006

Horas Para Viver***

É na primeira hora da alvorada
Quando o jornal bate à porta
E as cortinas brancas ficam douradas
Quando o quintal, de luz, transborda

É hora de puxar a cadeira que descansa,
Largar o copo vazio da noite passada,
Limpar a caixa de madeira, empoeirada
Deixar o sol queimar, sentir a bonança

É nessa hora que as fotografias são vistas
Os dedos deslizam sobre a velha imagem
No cinzeiro , o cigarro aceso convida
E os olhos cerrados em meio a esta viagem

É chegada a hora, a última hora
Aquela em que as fotos se abraçam
Um último trago e é jogado fora
São retratos de fogo que se entrelaçam

Ainda há tempo para ajeitar o chapéu
Abrir os olhos, olhar para as horas sem você
Contemplar as cinzas que voam para o céu
Sair do passado, abraçar o agora e viver