domingo, 6 de agosto de 2006

Horas Para Viver***

É na primeira hora da alvorada
Quando o jornal bate à porta
E as cortinas brancas ficam douradas
Quando o quintal, de luz, transborda

É hora de puxar a cadeira que descansa,
Largar o copo vazio da noite passada,
Limpar a caixa de madeira, empoeirada
Deixar o sol queimar, sentir a bonança

É nessa hora que as fotografias são vistas
Os dedos deslizam sobre a velha imagem
No cinzeiro , o cigarro aceso convida
E os olhos cerrados em meio a esta viagem

É chegada a hora, a última hora
Aquela em que as fotos se abraçam
Um último trago e é jogado fora
São retratos de fogo que se entrelaçam

Ainda há tempo para ajeitar o chapéu
Abrir os olhos, olhar para as horas sem você
Contemplar as cinzas que voam para o céu
Sair do passado, abraçar o agora e viver

5 comentários:

Anônimo disse...

Parei de fumar...Mas leio jornal e sempre vejo fotografia...Sempre na mesma hora. Na hora que bate uma vontadeee do antigo...do que já foi belo! E do que um dia vai voltar a ser!

Beijocas!

Adoro!

E vc dorme agora...

Anônimo disse...

Ah.. letras do moço, de um jeito ou de outro, letras trocadas ;)

Um filme em poesia, todas as cenas.. as cores...

É de manhã que sentimos saudade da noite passada e todas as outras, mas ao longo do dia tentamos tampar os cortes que ainda doem.

Beijo =*

Anônimo disse...

Sempre é hora de ler suas palavras. Acho que o verbo ler se mistura com sentir, quando vejo seus pensamentos. Isso é que é alma de poeta!

Beijos sir Wil!

Anônimo disse...

Primeiras horas do dia,
dia de sol.
O céu feito algodão doce, mistura azul,
se faz.

Jornal batendo à porta, as letras querendo sair.
Saem feito imagem, lembrança

Amor.

Aquelas janelas abertas, deixam entreaberto sentimento de Garoto.
Olhar fugitivo, cigarro e cinzeiro denunciam um querer.

Querer sim, feito bem-querer.
Pétalas de rosa jogadas pelo chão,
cor vermelha na foto bonita.

Os olhos fecham, como que para imaginar.
Fecham passado, abraçam a vida e voltam,
como esquecer o enamorar?

Cristiano Contreiras disse...

Ainda é momento desse teu sentir em plenitude. Ainda perdura seus sentires plenos.

É chegado o momento de absorver a beleza das pequenas coisas diversas, quimera.

Diante de tamanha beleza e contemplação: eu apenas admiro.

William, parabéns pelo blog e escrita.
Voltarei mais vezes.

abraços